Regular corrente da moto
A corrente da moto (junto com pinhão e coroa) é uma parte crítica da transmissão. Quando a folga está errada, você perde desempenho, aumenta desgaste e coloca a segurança em risco. A boa notícia: com o básico bem feito — folga correta, alinhamento e lubrificação — você roda mais suave e com menos dor de cabeça.
1) Folga da corrente: o que é “ideal” de verdade
“Folga ideal” não é um número universal, porque muda conforme a moto, o curso da suspensão e o conjunto (corrente/pinhão/coroa). O correto é:
- Usar como referência o manual da sua moto (sempre).
- Entender que a folga precisa existir para a suspensão trabalhar — corrente esticada demais é perigoso.
- Checar a folga no ponto mais apertado da corrente (ela não tensiona igual em toda a volta).
2) Sinais de que a corrente está fora do ajuste
- Trancos ao acelerar e desacelerar (principalmente em baixa).
- Barulho metálico / “tec-tec” variando com a velocidade.
- Corrente batendo na balança ou no protetor.
- Troca de marcha áspera e sensação de transmissão “seca”.
- Desgaste irregular na corrente (pontos muito frouxos e pontos muito apertados).
- Vibração e sensação de moto “amarrada” (muitas vezes por excesso de tensão).
3) O que você precisa para regular sem erro
- Chaves para o eixo traseiro e para os esticadores (varia por moto).
- Trena ou régua (ajuda no alinhamento e conferência).
- Escova (macia) + pano.
- Lubrificante de corrente (compatível com o seu tipo de corrente).
- Calço/cavalete (se tiver) facilita, mas dá pra fazer no descanso com cuidado.
4) Passo a passo: como medir a folga do jeito certo
- Com a moto em local plano, coloque em neutro e deixe a roda girar livre (se possível).
- Gire a roda traseira e encontre o trecho em que a corrente fica mais esticada.
- No meio do vão entre pinhão e coroa, mova a corrente para cima e para baixo e meça a folga conforme o padrão do manual.
- Se a folga estiver fora, ajuste nos esticadores com movimentos pequenos e simétricos.
5) Ajuste com segurança: o que NÃO fazer
- Não aperte demais. Corrente esticada “bonita” no olho costuma estar errada — e pode danificar rolamentos, retentor, eixo e até a saída do câmbio.
- Não alinhe só pelas marcas. As marcações ajudam, mas o ideal é conferir alinhamento com atenção (medidas iguais nos dois lados).
- Não esqueça de travar tudo no final. Eixo e porcas precisam ficar bem fixos conforme especificação da moto.
- Não lubrifique em excesso. Excesso vira sujeira e pasta abrasiva.
6) Alinhamento da roda: o detalhe que muda tudo
Corrente com folga “certa”, mas roda desalinhada, gera desgaste acelerado e comportamento ruim em curva.
- Ajuste os esticadores mantendo as duas medidas iguais (lado esquerdo e direito).
- Depois de ajustar, gire a roda e confira de novo a folga no ponto mais apertado.
- Se a moto começar a “puxar” ou a corrente gastar torto, revisite o alinhamento.
7) Limpeza e lubrificação: quando e como fazer
A regra prática: corrente limpa e lubrificada dura mais e trabalha mais suave.
- Quando lubrificar: após rodar na chuva, após lavagem e em intervalos regulares (dependendo do uso).
- Como lubrificar: aplique com a roda girando devagar, mirando na parte interna da corrente, e deixe “assentar” antes de rodar.
- Como limpar: use escova e produto adequado; evite soluções agressivas que ressequem retentores (se for corrente com O-ring/X-ring).
8) Hora de trocar? Sinais de desgaste do conjunto
- Dentes da coroa “em forma de gancho” (parecendo puxados para um lado).
- Corrente com pontos travados (elos duros) mesmo após limpeza.
- Alongamento perceptível: você ajusta hoje e em pouco tempo já está frouxa de novo.
- Barulho constante e vibração mesmo com folga correta e alinhamento ok.
Dica importante: normalmente o melhor é trocar o kit completo (corrente + pinhão + coroa) para tudo casar e durar mais.
9) O “pulo do gato” para não sofrer no dia a dia
Se você roda na cidade, pega chuva ou usa a moto todo dia, o segredo é organização e rotina: pequenos cuidados frequentes evitam ajustes grandes e imprevistos.
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